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Passagem ao ato
Este trabalho esta sendo feito para falar do conceito de passagem ao ato, da sua necessária diferenciação de acting out, das questões implicadas no sujeito que atua relacionando com suas estruturas de personalidade e as possíveis intervenções do analista.
Passagem ao ato e acting out
Alvarenga (2006) fala que na passagem ao ato, o sujeito se identifica com o objeto quando coloca a barra no Outro, seja atacando, seja se excluindo da cena. É uma tentativa de separação com o Outro. A expressão "passagem ao ato" foi criada por Lacan e se distinguia do acting out que é um termo utilizado por Freud para falar de uma repetição em ato de algo que não foi recordado e elaborado em analise. Esta atuação muitas vezes é endereçada ao analista, por não estar muito bem situado na transferência. Existem também actings outs fora do tratamento, mas só podem ser analisados em tratamento. O acting out está relacionado com a resposta do sujeito a um impedimento que gera uma perturbação e a passagem ato esta relacionado com um embaraço sentido e uma emoção que o paciente não conseguiu responder e opta por uma agressão. Tanto o acting out como a pasagem ao ato podem ocorrer em todas as estruturas clínicas.
De acordo com Freud em Feu de Carvalho, o aparelho psíquico está associado às relações entre pensamento e ação. A ação se dá quando ocorre uma inibição da inscrição e tradução do psiquismo, ou seja, quando ocorre uma conclusão ou interrupção de uma cadeia de representações que esta associada à representação. É como se houvesse uma descontinuidade da cadeia do pensamento. Podemos associar isso ao acting out, pois ocorre uma repetição em ato que esta associado a um limite do trabalho de rememoração.
A passagem ao ato está relacionada com termos adjacentes, segundo Feu de Carvalho. Quando há um gozo que é barrado, existe uma resposta do sujeito, que tem a ver com um trabalho psíquico que a pressão pulsional impõe. O movimento está associado a uma emoção e uma dificuldade de simbolização de seu gozo e a angústia está associada ao máximo de movimento e ao máximo de dificuldade. A inibição está associada à detenção do movimento e neste sentido se opõe a angústia, sendo o sintoma um termo intermediário que faz a mediação entre o movimento e a dificuldade, pode-se dizer que seria uma formação de compromisso entre o movimento pulsional e a defesa, segundo Freud. Impedimento acontece quando o sujeito se depara que o que ele quer está longe dele, ou seja, do seu gozo. Está relacionado com a sua imagem especular que ele fica preso nisso. O embaraço está relacionado à dificuldade de e está relacionado com a angústia, mas a angustia está relacionada a um impedimento do movimento e da dificuldade. A emoção está relacionada a um movimento que tem a ver com uma exteriorização, algo se descarrega, é colocado para fora, como se fosse a catarse que Freud falava. A turbação é o excesso de movimento que coloca o sujeito fora da ação, na medida que encontra-se embaraçado com o desenvolvimento da angústia. O embaraço é o máximo da dificuldade e a turbação é o máximo do movimento. A passagem ao ato parece se antecipar, ao pleno desenvolvimento da angústia e lança o sujeito para fora da cena e o acting out tem a ver quando o sintoma não dá certo e há um limite do trabalho de rememoração, fazendo com que o sujeito atravesse o campo do simbólico e atue em relação a cena fantasmática.
Os atos impulsivos, segundo Feu, ocorrem quando a pulsão se faz ato e não existe mediação simbólica. É como se tivesse a tentativa de barrar o gozo do Outro tratando o real pelo real. Os atos conclusivos que pressupõe uma cadeia de pensamento como os crimes que parecem imotivados na paranoia, ocorrem com uma preparação, embora nem sempre se anuncie. Os atos de auto-mutilação aparecem como apaziguadores, mas tem algo que o sujeito não suporta, mas a angústia acaba ficando no outro e revelam uma ineficácia em direcionar o gozo no sentido de um laço social. Existem os atos agressivos que supõe o outro como semelhante e ficando em uma posição de rivalidade e coloca no outro o mal-estar. O outro é visto como gozador de algo que falta o sujeito, estando mais referido à estrutura neurótica.
É importante, segundo Lacan em Naveau, que o sujeito tenha o representante da fantasia para conseguir suportar a realidade, ou seja, que a partir do recalque original, o sujeito que fica barrado do seu desejo, consiga ter um enquadre da realidade a partir da extração do objeto a. A questão importante é saber se o sujeito consegue se defender do real com o simbólico.
Em 1957/1958, Lacan já havia falado isso e aprofundado ao dizer que muitas vezes devido a resistência do sujeito em se apropriar dos significantes, pode haver a tendência ao suicídio. Isso pode ocorrer, segundo Lacan, em sujeitos nos quais o desejo de sua existência falhou e, portanto, não aceitam ser quem são. Não querem ser esse fardo, pelo qual são significados. Porém, ao se posicionar através do significante do qual está querendo se destacar, aparece um desejo do sujeito. Utiliza-se o próprio significante que quer se abolir e através desse significante, torna-se para os outros um signo eterno, com o suicídio.
Lacan (1971) fala que todo discurso tem algo de semblante, mas somente através de um discurso haverá uma produção de efeito que não se limitará a um semblante. O discurso está a favor de um gozo que remete a uma proibição sexual. O discurso esforça-se para manter o mesmo semblante, mas quando existe o real que aparece como algo impossível de ser simbolizado, que foge do semblante, pode ter consequência à passagem ao ato. Diferentemente do acting out que é uma tentativa de trazer o semblante para cena. Aparece como uma tentativa de simbolização via semblante.
Lacan (1998) fala que muitas vezes o sujeito não consegue se alienar, se apropriar dos significantes e não consegue dar o seu sentido, fazendo que com o que o desejo se camufle e que o ato tenha sucesso.
Miller (2006) relata que um ato está sempre voltado para o “suicídio do sujeito”, trata-se de uma ultrapassagem de um código de lei, de uma transgressão de um conjunto simbólico, e com isso exclui a capacidade do sujeito de ser reconhecido. Ao mesmo tempo, se o suicídio não foi bem sucedido, pode ocorrer alguma mudança, a partir do ato o sujeito pode renascer, já que de alguma forma representa um marco, um acontecimento. Para o ato acontecer, tem algo que tira o sujeito de seu equilíbrio, como se algo o corroesse. O sujeito se sustenta em seu gozo, produzindo prazer ou desprazer. No exemplo do suicídio, se fala através do ato, mas se tira a possibilidade de ser reconhecido, usa o definitivo, um não ao Outro. O sujeito exclui o seu mundo subjetivo e sua possibilidade de gozo. Para dar conta desse gozo que por algum motivo é desprazeroso, abandona-se os equívocos do pensamento e do discurso, onde pode aparecer o ato. É como se morto, questionasse os outros, mas se separando de sua própria questão, separa-se do equivoco, se afasta da possibilidade de dar um sentido. O inconsciente é formado a partir de um recalque que gera a duvida, o não saber e o ato vem pra dar uma certeza.
O suicídio parece ser imotivado, segundo Guéguen (2006), porque de sua morte, o sujeito que pratica o suicídio não poderá nada dizer. Dessa forma, o suicídio aparece como uma tomada de decisão, como uma responsabilidade que ele assumiu, mesmo sem conhecer as causas, tanto do psicótico como do neurótico. A clínica do suicídio se opõe a ideia de que o suicídio é um encadeamento fatal de uma perturbação da personalidade hereditária ou circunstancial ou ainda consequência de uma doença biológica ou neurológica
1.Passagem ao ato na psicose
Elisa Alvarenga (2006) fala que ao estudar a passagem ao ato na Psicose através do Núcleo de Pesquisa em Psicose se deparou com a questão da passagem ao ato, seja com o que motivou o paciente à internação, ou através do aprofundamento de suas ameaças a realizações futuras.
Através de estudos de caso do Núcleo de pesquisa, segundo Alvarenga ( 2006), pôde-se perceber que anterior à passagem ao ato, os pacientes tinham comportamentos hetero ou auto agressivos. Não sendo devidamente escutados, os actings outs geraram uma passagem ao ato.
O suicídio, novamente segundo Alvarenga (2006), pode vir de um acting out mal sucedido e virar uma passagem ao ato, dessa forma, não são atos exclusivos da psicose, mas sua incidência aponta muitas vezes para essa estrutura, já que na psicose, o sujeito tenta se livrar de um gozo demais insuportável, decorrente da forclusão do nome do pai. Na psicose de acordo com Lacan em Alvarenga (2006), há a alienação fundamental que se sustenta no eu ser um outro e pode-se dizer que já há uma essência suicida, por não haver espaço para o surgimento do eu. Lacan, segundo Alvarenga (2006) fala que na estrutura psicótica, o sujeito sente um objeto mau, que seria a origem da formação do supereu. Diz também que esse objeto mau seria o Kakon, palavra grega que na mitologia significa o mal trazido por uma figura feminina como castigo dos deuses. Kakon é visto para alguns médicos e neurologistas como a causa dos assassinatos que aparecem como imotivados, ora projetado no outro, ora introjetado, e o sujeito tenta livrar do sentimento desagradável que o atormenta. O objeto golpeado seria o Outro que encarna o gozo, ou seja, é a tentativa de apaziguar o gozo. Quando começa a falar do conceito de gozo, Lacan deixa de falar em kakon.
Quanto ao sujeito psicótico segundo Feu de Carvalho, dizemos que ele está mais confrontado com o real e com dificuldades em realizar à mediação simbólica, então na tentativa de barrar o Outro que para ele é invasivo e excessivo, o sujeito pode passar ao ato, já que o gozo e Outro não se separam, ou seja, não houve a extração do objeto a, não tendo um circuito pulsional que estabelece o encontro e desencontro com o objeto da demanda e existe um excesso no corpo.
Segundo Feu, na psicose, a angustia está a céu aberto, o sujeito encarna o objeto, não tendo a castração. Não se é criado a fantasia para dar conta do desejo do Outro, o sujeito encarna a resposta, o objeto a não cai, falta a falta e não se tem o significante do objeto. Por isso, o sujeito não tem recursos para dar uma saída e achar uma representação possível e pode ocorrer a passagem ao ato.
A não extração simbólica segundo Naveau, passa a virar o real, assim como exemplifica Daniela Fernandes como a voz que ninguém ouve ou o olhar que ninguém vê. Freud segundo Naveau fala de perda da realidade e a psicose seria a perda de contato com a realidade. Em Lacan o real aparece na psicose como um pedaço arrancado da realidade, já que ele não construiu uma realidade a partir da fantasia.
Freud segundo Naveau fala que na psicose é impossível evitar o real, então o destrói e depois tenta reconstruí-lo, também fracassando.
Miller em Naveau fala que a realidade só é investida de libido quando é furada e no caso da psicose, a realidade só é investida quando há de alguma forma a extração do objeto a.
Quando ocorre há extração objetada, mesmo nos casos de psicose, nos quais houve a recusa, segundo Naveau, existe a forma boa que é possível na qual dar um lugar para a diferença do sujeito e a forma ruim que seria uma forma violenta e a força. Quando não consegue dar um lugar para a sua diferença, a barra fica do lado do objeto e não do sujeito, o negativizando-o em ato.
2. Neurose e passagem ao ato
Segundo Feu de Carvalho, na neurose tem algo do real que aparece como impossível de ser suportado e em análise é possível ser feito o trabalho de mediação simbólica. Ao mesmo tempo, a angustia beira a passagem ao ato e o acting out e é necessário o manejo do analista, já que o objeto a além de representar a castração, a separação do Outro, representa também sua negação para preencher a falta do outro.
De acordo com Frederico Zeymar Feu de Carvalho, na neurose, o sujeito é posto é posto em relação a cena fantasmática e a angustia está em torno disso. O objeto a é o que o sujeito utiliza para dar conta do gozo. Através do significante do nome do pai, o sujeito passa a articular a partir do S1, para um S2 e o objeto a que é representado pelo significante.
Freud segundo Naveau distingue em dois tempos o processo de castração. Na neurose, o sujeito no primeiro tempo evita o real e o no 2º tempo, escolhe o recalcamento que fracassa.
Castração segundo Carvalho seria a negativização do corpo pelo simbólico, ou uma extração do gozo do corpo. O objeto a por ser perdido, faz remeter ao sujeito o desencontros no real, ao mesmo que faz a mediação da relação com o Outro, ou seja, na neurose, o gozo e Outro se separam e o Outro aparece como aquilo que não se alcança. Partindo-se de uma zona erógena, a pulsão contorna um objeto e aí garante-se a diferença do sujeito e do Outro. O objeto é o que mais pode variar na pulsão, apesar de poder haver uma repetição que está relacionada a uma particularidade do sujeito que está associada a sua forma de gozo e de fantasia.
Miller em Naveau fala da relação entre causa e consentimento, a extração do objeto a é a causa da divisão do sujeito e se isso ocorre, supõe que o sujeito consente essa divisão, a essa barra e consente a entrar na fantasia que o liga ao objeto a. Para isso acontecer, o sujeito tem que autorizar desaparecer diante do objeto. Existe uma tensão inerente à fantasia que está relacionada à subtração do gozo, na qual o objeto a é o produto da separação entre o Outro e o gozo. Ou seja, tem que haver uma perda de gozo na qual o sujeito extraia o objeto e o recubra com significantes.
Segundo Carvalho, se o sujeito mesmo na neurose ocupa o lugar de objeto de desejo do Outro e de repente cair desse lugar, pode ocorrer a passagem ao ato.
Direção e manejo do analista
O psicanalista, de acordo com Guéguen (2006) buscará meios de fazer o sujeito de se reapropriar de seu ato ou dos pensamentos que aí o levaram, ou seja, de desvelar a estrutura do ato, subjetiva-los e torna-los inteligíveis. O mistério do suicídio se apresenta como mistério até para o sujeito, quando pensa ou pratica, mas a ideia é que a psicanálise consiga trazer à luz o que está implicado no ato à partir da causalidade inconsciente. Em toda a intenção suicida há uma colocação da questão do ser, por isso é importante o analista apostar nisso. É importante que pelo desdobramento da palavra se tenha um saber que por algum motivo o suicida evita. É importante que mais tarde, o sujeito em análise possa se a ver com castração e com os limites que ela impõe. A psicanálise visa à busca de sentido via linguagem e, sobretudo compreender que gozo pode compelir o sujeito a se prejudicar e a romper com o Outro dessa forma. Para lidar com isso, o analista utiliza-se da transferência e do inconsciente, sendo o analista parceiro fantasmático dos sintomas e a interpretação será dada a fim de intervir o gozo do sujeito e até modifica-lo, já que a interpretação virá de quem o sujeito atribui o analista. A psicanálise aposta no impossível de dizer que fez o sujeito passar ao ato. No diagnóstico do ato ou da intenção suicida é importante a distinção entre neurose e psicose. É importante o bem dizer particular de cada caso. Em outras palavras, quando o sujeito tentou se suicidar, a posição tomada pelo psicanalista é que o sujeito possa assumir o que ele buscou ao pensar no ato, para que possa se apropriar do seu ser no mundo e também de sua possibilidade de desejar que foi de alguma forma, e por algum motivo impossibilitada.
Eric Laurent e Sarge Cottet segundo Guéguen ( 2006) assinalam que na neurose quando ocorre a passagem ao ato suicida é o brilho fálico que é atingido e há uma perda do gozo fálico.
No caso da neurose, segundo Guéguen (2006), a psicanálise coloca em questão o inconsciente e a finalidade é separar o sintoma da captura mortífera do significante. O analisante e o analista tentarão reduzir o sintoma e ajudar o sujeito no acesso do seu desejo.
Guéguen (2006) fala que no caso da estrutura psicótica, o suicídio tem a ver com o retorno do real, já que o simbólico foi forcluído. A hipótese é que há uma rejeição do inconsciente que pode ser visto como uma característica da psicose, assim como um fenômeno elementar. Dessa forma, no caso da neurose, a direção da cura, não é a mesma que da psicose. Da última, a ideia é ajudar o sujeito a apostar na palavra que lhe permita o laço social. É importante ajuda-lo também a lidar com a falta e ao mesmo tempo de evitar, inclusive na análise de se deparar frente à conjuntura significante que presidiu a passagem ao ato. Corre-se o risco dos benefícios do tratamento serem atrapalhados por uma contingência infeliz. Muitas vezes, o sujeito entrelaça o sintoma e não é desencadeada a psicose, não devendo que o analista anule o que foi de certa forma, construído pelo sujeito.
É importante que o analista segundo Feu consiga realizar as contenções possíveis ao ato e em um segundo momento construir a mediação simbólica. Também é importante, nos casos de psicose propriamente dita bloquear alguns pontos da certeza delirante inserindo o benefício da dúvida.
Miller (2006) fala que nestes casos é importante a assertividade do analista, que não seja muito prolixo, para obter uma determinação. Existe um significante no ato que falta que o paciente pode se apropriar, para que saia dessa indiferença ao futuro. Quando tem algo do ato que não seja a morte de fato, é possível o paciente significar depois.
De acordo com Lacan(1998), o analista interpõe degradando a mensagem de transferência do sujeito.
Miller (2006) fala de como é importante o analista tentar captar a questão da dúvida do ato. Isso não significa que sempre dará para impedi-lo.
Bibliografia
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Miller, J-A: Observações sobre o conceito de passagem ao ato, Em Revista Mental 17, abril, 2006.
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Lacan, J.. O seminário, livro 18: de um discurso que não fosse semblante (1971). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009. p.31-32
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______ A direção do tratamento e os princípios do seu poder. In: Escritos(1998). Rio de Janeiro. Jorge Zahar,1971.cap. V, p.644-645.
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______ A fantasia para além do princípio de prazer. In: As formações do inconsciente.(1957-1958).Rio de Janeiro. Jorge Zahar,1999. cap XIII, p. 253-255.
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Guéguen, P.G. Diante do suicídio: a psicanálise. In: Mental n. 17, abril, 2006.
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Alvarenga, E. A passagem ao ato na psicose.Papéis de Psicanálise: As pequenas invenções psicóticas.Belo Horizonte: IPSM –MG,2006, Ano 2, nº 2,pag 25-29.
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Feu de Carvalho
Pierre Naveau
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